A disputa entre Real Arenas — empresa da WTorre que cuida do Allianz Parque — e o Palmeiras ganhou novos desdobramentos com a revolta da presidente Leila Pereira quanto à indisponibilidade do estádio para uso do próprio clube no segundo semestre de 2023.
A briga começou quando o Verdão passou a pressionar a Real Arenas pelo pagamento de dívida de R$ 128 milhões referente a repasses atrasados, desde 2015, de shows e demais eventos na casa palestrina.
Tal pressão, eventualmente, virou caso de polícia quando o Alviverde alegou apropriação indébita e associação criminosa, por parte da WTorre, à Justiça. Por meio de nota oficial, a Real Arenas rebateu e repudiou o que chamou de “ataque unilateral da presidente Leila Pereira” por conta da ação. Mais recentemente, a administradora negou o valor dos pagamentos pendentes e alegou que espera a “arbitragem em curso” para fazer o repasse.
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Além disso, as partes não falaram a mesma língua na última etapa da implementação da biometria facial no Allianz Parque. O Palmeiras bateu o pé e, para coibir a ação de cambistas, determinou que o Passaporte — programa que contempla a venda de cadeiras no setor da WTorre no estádio —, a contragosto da administradora, também passaria a ser acessado somente pelo novo sistema a partir da partida contra o Coritiba, pelo Brasileirão.
Conforme apurado pela Gazeta Esportiva, o Verdão, de fato, não poderá contar com o Allianz Parque em quatro jogos no segundo turno do Campeonato Brasileiro — devido ao cronograma prévio de shows no local. São eles: contra Atlético-MG (27ª rodada), Athletico-PR (32ª rodada), Internacional (34ª rodada) e América-MG (36ª rodada).
A Real Arenas entende que a média de ausências do Alviverde em seu estádio, para jogos, é normal — e segue a dos demais anos de parceria. Em 2022, o número só foi menor por conta do cancelamento do show da banda Coldplay e do cantor Justin Bieber.
O entendimento interno da WTorre é que a situação faz parte do acordo e não há nada fora das regras. O número de shows atende aos critérios pré-estabelecidos de cessão do espaço, do estádio e da gestão. O sentimento é de que há surpresa com a insatisfação de Leila Pereira quanto ao caso.
Vale destacar que, no primeiro semestre, o Palmeiras não pôde contar com seus domínios em duas ocasiões: no clássico contra o Santos, pelo Paulistão, e no duelo diante do Cerro Porteño, na Libertadores. Em tais partidas, o Palestra atuou no Morumbi, casa do São Paulo.
Os seis shows ao total, na visão da construtora, representam um número reduzido e previsto em contrato. A WTorre, por exemplo, entende que a otimização do uso da arena — mesmo em situações de capacidade reduzida, como pode voltar a acontecer (confira a lista abaixo) — não é valorizada como elemento conciliatório.
Veja o cronograma de utilização do Allianz Parque por parte do Palmeiras no segundo semestre:
Jogos garantidos: Palmeiras x Vasco (21ª rodada), Palmeiras x Goiás (23ª rodada), Palmeiras x São Paulo (29ª rodada), Palmeiras x Bahia (30ª rodada), Palmeiras x Fluminense (37ª rodada)
Jogos sob risco: Palmeiras x Santos (26ª rodada) e uma eventual semifinal de Libertadores, a depender da Conmebol
Jogos que, definitivamente, não serão no Allianz Parque: Palmeiras x Atlético-MG (27ª rodada), Palmeiras x Athletico (32ª rodada), Palmeiras x Internacional (34ª rodada) e Palmeiras x América-MG (36ª rodada)
Fonte: www.gazetaesportiva.com